quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

O NOME DE DEUS

Texto Bíblico: Ex. 3.1-22

Moisés com seu sogro Jetro;
Vai apascentar rebanhos nos Sinai (Horebe) – Sinai significa rochedo ; Horebe significa seco, deserto.
O Sinai é formado por uma cadeia de rochas altíssimas, que criam grandes vales entre as montanhas. Assim, qualquer barulhinho ecoava e formava altíssimos sons. Os antigos diziam que estes sons eram de deuses caídos que estavam presos entres as rochas do Sinai.
Estes deuses, diziam eles, se manifestavam através do fogo, entre os vales e nas cavernas.
Naquela região, existiam pequenos ribeiros chamados wadis, rios sazonais, que apareciam na época das águas e desapareciam na seca.
Assim, pequenos arbustos cresciam à beira desses rios e secaram com sua seca. Devido ao forte calor, estes arbustos secos se queimavam.
Por isso, quando Moisés vê o arbusto queimando, não se assusta. O que deixa intrigado é que o mesmo não se consumia.
Quando ouviu a voz, não temeu, devido à crença da manifestação de deuses naquela região.
Moisés só cai em si quando ouve a voz falar de seus antepassados. Nesta hora, Moisés entende que falava alguém importante.
Deus se revela através de seu nome.

1) O nome demonstra a essência

“Entre os povos primitivos e do antigo oriente, o nome denota a essência de algo: chamar algo pelo nome é conhecê-lo e, por conseguinte, possuir poder sobre ele”.
A essência total da pessoa concentrava-se em seu nome.
O nome de um deus no mundo antigo encerrava poder e podia ser perigoso ou beneficente. Assim, era importante conhecer o nome do deus.


2) A invocação do nome

No AT, era necessário invocar o nome de Javé para aproximar-se dele (Sl. 3.1; 6.1; 7.1; 8.1; 12.1). No próprio NT, a invocação do nome era importante, como Cristo ensinou aos seus discípulos: “Pai nosso [...] santificado seja o teu nome (Mt. 6.9).
Quando Deus tomou a iniciativa de revelar-se, começou pronunciando o próprio nome: “Eu sou Javé” (Ex. 6.2 – “Falou mais Deus a Moisés e lhe disse: Eu sou o Senhor”; 20.1; 34.5-6 Gn. 35.11;).
Israel considerava o nome de Javé santo e insistia que ele não devia ser profanado (Lv. 22.2 – “Dize a Arão e aos seus filhos que se abstenham das coisas sagradas, dedicadas a mim pelos filhos de Israel, para que não profanem o meu santo nome. Eu sou o Senhor.”)
O nome de Javé substituía o próprio Deus, representando toda sua presença santa.

3) Significado e a importância do nome do Deus de Israel

O nome Javé parece vir de um verbo hebraico, hayah, ser, tornar-se. Assim temos algumas explicações para o nome de Deus:
Eu sou;
Aquele que é;
Aquele que está;
“Eu sou aquele que está para vós – presente de modo real e verdadeiro, pronto para ajudar e agir”[1].

A partir daí, pode-se entender que Javé estava dando segurança a Moisés ao afirmar “Estou contigo”. Pela revelação de seu nome, Javé (Eu Sou, ou Eu Serei) Deus estava prometendo sua presença a Moisés. Deus estaria com ele. Na grande comissão, Jesus prometeu estar com os discípulos sempre, até o fim dos tempos (Mt. 28.20).
Is. 7:14 – Imanu – El (Deus conosco; Deus junto de; Deus acompanhado a).
O propósito aqui é de Deus revelar a sua ação, nem tanto a sua essência, que não ficava presa ao seu título, mas aos seus atos.

4) O nome de Deus e sua presença

O nome de Deus representa sua essência, presença e poder. Talvez essa seja o motivo pelo qual o nome Javé ocorre com tanta freqüência (cerca de 6.700 vezes) no AT, enquanto Elohim ocorre 2.500 vezes.
Javé era o nome a ser cultuado.

5) Conclusão

A revelar seu nome a Moisés, e por sua vez a Israel, Deus escolhe ser descrito como “individuo”. Javé é pessoal, relaciona-se ao passado, presente e futuro.

· Deus, mostrando seu nome, deixa de ser um conceito e passa a ser alguém que anda com o homem;
· Ele está ao nosso lado.
· Como hoje poderíamos chamar o Deus que conhecemos?

[1] LASOR; HUBBARD, BUSH. Êxodo: a mensagem. In.: ______. Introdução ao Antigo Testamento. 2.ed São Paulo; Vida Nova, 2003. p. 72

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