quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Como usar sabiamente a mordomia cristã - 1º Coríntios 16.1-24

Alguém já perguntou muito apropriadamente se Paulo tomou um cafezinho entre os capítulos 15 e 16. O capítulo 15 nos leva às alturas excelsas da revelação de Deus, falando-nos sobre a ressurreição de Cristo, a segunda vinda de Cristo, a derrota final dos inimigos de Deus, a transformação dos remidos e a consumação de todas as coisas. O capítulo 16, porém, Paulo começa a falar sobre dinheiro. Ele desce do céu para a terra. Parece um anticlimax. É que nós somos cidadãos de dois mundos. Ao mesmo tempo que temos responsabilidade aqui no mundo, cremos que a nossa Pátria está no céu.
A responsabilidade social da igreja não pode ser dissaciada da sua teologia do mundo porvir.
Paulo fala neste capítulo sobre três aspectos da mordomia cristã: dinheiro, oportunidades e pessoas.

I. DINHEIRO - A PREOCUPAÇÃO COM OS POBRES - 16:1-4
1. O compromisso de Paulo com a ação social - v. 1-4
Paulo não está falando aqui de dízimo nem de contribuição para os cofres da igreja, mas está falando de uma oferta para atender as pessoas pobres da igreja de Jerusalém. Não é uma campanha para aumentar o orçamento da igreja, nem para atender as despesas da igreja, mas um socorro a pessoas necessitadas de Jerusalém. O princípio de Paulo é que os cristãos devem dar para outras pessoas.

2. O problema em Jerusalém - v. 1-4
A região da Judéia, onde estava Jerusalém tinha sofrido uma grande fome (At 11:27-28), que tinha empobrecido muitas pessoas. Além do mais, com o martírio de Estêvão, começou a perseguição aos cristãos, o que fez com que muitos crentes abandonassem a cidade.
A igreja de Antioquia já havia enviado uma ajuda financeira para os pobres da igreja de Jerusalém (At 11:29-30).
Oito anos antes de escrever esta carta Paulo tinha se comprometido com os apóstolos Pedro, Tiago e João, os líderes da igreja de Jerusalém, que faria algo pelos pobres (Gl 2:10). Paulo estava comprometido não apenas a pregar o evangelho, mas também a assistir os pobres. Evangelização e ação social precisam andar juntas.
Paulo entendia que as igrejas gentílicas deviam abençoar financeiramente a igreja de Jerusalém pelos benefícios espirituais recebidos dela (Rm 15:25-27).
Paulo escreveu 2 Coríntios, mais ou menos um ano depois de 1 Coríntios. Ele dá testemunho de que este projeto de levantamento de ofertas para a igreja pobre de Jerusalém tinha sido um sucesso (2 Co 8:2-4).
Dois anos depois quando ele fez um apelo à igreja de Roma, ele inclui Corinto (Acaia) como um bom exemplo (Rm 15:26).

3. Os princípios básicos de dar - v. 1-4
3.1. O cristão deve dar para pessoas que não fazem parte da sua igreja - 16:1 - Seja na visão evangelística, seja na visão da ação social, a motivação básica da contribuição deve ser ajudar outros. A igreja não vive só para si mesma. Egoísmo financeiro é um sinal de mundanismo. Uma igreja missionária é uma igreja viva. Quem são os outros aqui? Os irmãos da igreja de Jerusalém. A Bíblia nos mostra as prioridades da contribuição (Gl 6:10; 1 Tm 5:8). Exemplo: O mar morto.
3.2. Divulgue as necessidades - 16:1 - A primeira orientação é que as necessidades devem ser divulgadas de maneira clara e precisa. Paulo não teve receios em contar para os coríntios que ele precisava de dinheiro, e para quê. Paulo não é apenas direto, mas também autoritário "como ordenei às igrejas da Galácia". Dar para causas cristãs de valor é uma obrigação cristã como ir à igreja, orar ou ser fiel à esposa. Pastores que ficam sem jeito para pedir dinheiro à igreja para causa justas não estão fundamentados na verdade de que é mais bem-aventurado dar do que receber. Uma igreja que tem recursos financeiros tem também responsabilidade de ajudar os pobres.
3.3. Dar é um ato de adoração - 16:2 - Cada membro da igreja deveria vir ao culto no domingo preparado para contribuir para atender à necessidade dos santos pobres. É triste quando os crentes ofertam apenas como dever e não como um sacrifício agradável a Deus (Fp 4:18). Dar é um ato de adoração ao Salvador ressurreto.
3.4. Incentive a contribuição sistemática - 16:2 - Paulo propôs planos funcionais para que a igreja de Corinto pudesse ser mais efetiva na contribuição. "por à parte em casa" significa separar regularmente o dinheiro para a oferta. Se não formos sistemáticos na contribuição nunca vamos contribuir. Se esperarmos sobrar nunca vamos contribuir. Se fôssemos tão sistemáticos na contribuição, como somos nos nossos investimentos a obra de Deus prosperaria muito mais.
3.5. A contribuição deve ser proporcional - 16:2 - "conforme a sua prosperidade" mostra que ninguém está isento de contribuir. A contribuição deve ser justa. Quem gahnha mais deve dar mais. Um cristão de coração aberto não pode manter a mão fechada. A contribuição é uma graça e não um peso. Se nós apreciamos a graça de Deus a nós, teremos alegria em expressar a graça através da oferta aos outros.
3.6. A contribuição deve ser pessoal e individual - 16:2 - "cada um de vós" - Paulo esperava que cada membro da igreja participasse da oferta, os ricos bem como os pobres. Todos os crentes devem participar dessa graça de dar aos pobres.
3.7. O dinheiro deve ser lidado com honestidade - 16:3-4 - Paulo tinha um comitê financeiro para ajudá-lo (16:3-4; 2 Co 8:16-24). Muitos obreiros perdem o seu testemunho pela maneira pouco transparente como lidam com o dinheiro. Paulo recomenda as igreja escolher pessoas específicas para lidar com o dinheiro das ofertas.

II. OPORTUNIDADES - A MORDOMIA DO TEMPO - 16:5-9
1. A necessidade do sábio uso do tempo - 16:5-9
O apóstolo Paulo recomenda: "Vede prudentemente como andais, não como néscios, e, sim, como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus" (Ef 5:15,16).
Paulo era tão cuidado no seu uso do tempo como era cuidadoso no uso do dinheiro. Matar o tempo é uma das principais atividades da sociedade moderna. Não podemos usar mal o tempo nem perder as oportunidades.
Paulo informa a igreja de Corinto sobre seus planos de sua futura viagem para visitar a igreja. Ele faz planos, mas reconhece que eles só se realizarão se Deus o permitir (16:7). Todo o plano está debaixo da direção de Deus. Isso concorda com o que Tiago ensina (Tg 4:13-17).
Há dois extremos aqui: o primeiro é não fazer planos. O segundo é fazer planos sem submetê-los à direção de Deus.

2. A necessidade de aproveitar as oportunidades, ou seja, as portas que Deus abre - 16:8-9
Paulo vê as oportunidades "uma porta grande e oportuna para o trabalho se me abriu" e também as dificuldades "e há muitos adversários" (16:9). Embora Paulo estivesse em perigo em Éfeso (1 Co 15:32), ele estava determinado a ficar lá, enquanto essa porta estivesse aberta. Paulo enfrentu três focos de oposição em Éfeso: 1) As forças espirituais do ocultismo da cidade de Éfeso; 2) A associação de ourives liderada por Demétrio; 3) A hierarquia judaica. A lição que Paulo ensina é clara: a presença de oposição não indica que nos desviamos da vontade de Deus.
Tanto o crente como a igreja deveriam sempre perguntar: Quais são as oportunidades que Deus está nos dando hoje? Em vez de ficar reclamando dos obstáculos, nós deveríamos usar as oportunidades e deixar os resultados com o Senhor.

III. PESSOAS - A MORDOMIA DOS RELACIONAMENTOS - 16:10-24
1. Paulo valoriza pessoas - 16:10-24
Paulo não era apenas um ganhador de almas, ele era um fazedor de amigos. Paulo era um mobilizador de pessoas para se envolverem na obra de Deus.
Dinheiro e oportunidades não têm nenhum valor sem as pessoas. O maior patrimônio da igreja não é o seu prédio, mas as pessoas. Jesus investiu todo o seu ministério em pessoas. Se as pessoas estiverem preparadas, Deus irá suprir ambos: dinheiro e oportunidades e sua obra será realizada.
Paulo valoriza, elogia e destaca o trabalho das pessoas. Você tem o hábito de valorizar o trabalho das pessoas? Tem o hábito de elogiar as pessoas? Tem o hábito de encorajar as pessoas?

2. Paulo nomina pessoas - 16:10,15,17,19
2.1. Timóteo - v. 10-11 - Timóteo tinha três problemas básicos: era jovem, tímido e doente. Paulo recomenda a igreja que o trate com amor e apreço.
2.2. Apolo - v. 12-14 - Apolo era um eloqüente pregador. Ele tinha um fã clube em Corinto. Mas Paulo não tem nenhum ciúme nem competição com Apolo e recomenda a sua volta a Corinto (16:12). O sistema que Paulo usava não era a de um bispado. Ele não forçava um obreiro ir para um lugar contra a sua vontade (16:12). Diante das divisões que existiam na igreja, Paulo sua última exortação nos versos 13 e 14.
2.3. Estéfanas e sua casa - v. 15-18 - Os primeiros convertidos de Paulo em Corinto consagraram-se ao serviço dos santos (16:15). Uma família inteira está se consagrando ao trabalho da igreja. Paulo recomenda a igreja a se sujeitar a essa família consagrada e dedicada (16:16). Paulo destaca a bênção de ter crentes que são verdadeiras fontes de refrigério para os pastores (16:17-18). Quem são os pastores dos pastores? Quem você é na igreja, fardo ou refrigério? Paulo encoraja a igreja a obedecer aos seus líderes espirituais.
2.4. Aquila e Priscila - v. 19-20 - Este casal tem uma peculiaridade: eles dedicam não apenas suas vidas a Deus, mas também o lar. Na casa deles há uma igreja reunida. Eles abrem a porta do lar para a pregação do evangelho. Esse casal foi grande usado por Deus em três grandes centros: Roma, Éfeso e Corinto.

CONCLUSÃO
Paulo termina a carta fazendo uma advertência aos falsos crentes (16:22) bem invocando a graça do Senhor Jesus sobre a igreja e reafirmando o seu amor a todos os irmãos, mormente depois de escrever uma carta tão pesada em termos de exortação (16:24). Embora tivesse opositores em Corinto, ele envia o seu amor a todos eles.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Samuel; Modelo de profeta pós moderno - ISm. 9.1-9

1) INTRODUÇÃO

Desde os tempos e civilizações remotas, a figura do vidente, do adivinho, do profeta, daquele que desvenda o presente e o futuro é imprescindível para discernimento da realidade e para mediação com a divindade nas mais diversas culturas antigas. Na região da Mesopotâmia não foi diferente, sendo este personagem (o profeta) figura presente na maioria dos textos religiosos e régios encontrados nesta região[1].
Em Israel, o profetismo surge, segundo Seubert (1992, p. 9 – 16) devido a fatores sociorreligiosos: o profetismo era uma voz que chamava o povo a retornar a lei mosaica, em tempos de depravação do culto e do reino.
Apesar de o próprio Abraão ser chamado de profeta (Gn. 20.7), além de Moisés (Dt. 34.10), Miriam (Ex. 15.20), os setenta no deserto (Nm. 11. 16-17, 24-29) e Débora (Jz. 4.4), pode-se afirmar que “parece claro que os autores bíblicos interpretaram Samuel como o primeiro grande profeta”[2]. Mas e estas denominações de profetas antes da monarquia? Sicre (1996, p. 233) afirma que estas passagens não significam informações sobre fatos históricos, mais uma interpretação de gerações posteriores.
Dessa forma Samuel é a figura que merece atenção especial, na medida em que nele os autores bíblicos apresentam as figuras de sacerdote, juiz, homem de Deus, Vidente e Profeta[3], sendo que estes três últimos termos são conceituações características do profetismo israelita.
Tendo então Samuel como a figura inaugural do profetismo israelita, cabe em um segundo momento conceituar os três termos proféticos designados na narração bíblica a este personagem: homem de Deus, vidente e profeta.




2) PROFETISMO EM ISRAEL: CONCEITUAÇÃO DOS TERMOS EM SAMUEL

Iniciando esta segunda parte, uma pergunta surge: Por que conceituar estes termos? Conforme afirma Sicre, “nós usamos uma só palavra, de origem grega, profeta, para referir-nos a certos personagens que a Bíblia designa com títulos muito diferentes”[4]. Se já é um problema um mesmo termo para vários personagens diferentes, o que dizer então para vários conceitos em um único personagem? Por isso, vale tratar de forma sintética e separada cada conceito aplicado a Samuel na narrativa bíblica, em busca de um melhor entendimento do inicio do profetismo israelita.

2.1) Homem de Deus (Ish Há Elohim)
Este termo aparece quatro vezes se referindo a Samuel, todas elas citadas na narrativa das jumentas de Saul (1 Sm. 9). Conforme afirma Fohrer (1993, p. 287) esta expressão atribui ao seu portador dos poderes de El, poderes supra humanos e divinos. O homem de Deus é um profeta detentor de uma relação íntima com Deus, o que lhe confere a capacidade de operar milagres[5]. O que parece implícito nesta terminologia é a capacidade do individuo de não só transmitir um oráculo, mas de ter um poder sobrenatural de transformar a realidade. Samuel transforma a realidade, quando é o instrumento de transição entre período dos juizes e monarquia[6].

2.2) Vidente (Roeh)
O termo vidente aparece onze vezes em todo Primeiro Testamento, sendo que em sete dessas vezes relacionados a Samuel (I Sm. 9.9, 11, 18, 19; I Cr. 9. 22; 26.28; 29.29). Conforme Sicre, Samuel traz dados interessantes sobre a antiga imagem do vidente:
Um homem que conhece coisas ocultas, e que se pode consultar dando-lhes uma gorjeta. Já que aparece pelo povo precisamente quando se vai oferecer um sacrifício, alguns pensam que também exercia funções sacerdotais. Contudo, é provável que devamos ver os sacrifícios como parte integrante de sua atividade de vidente. Com efeito, um dos procedimentos típicos para adivinhar era observar as vísceras das vítimas. Mesmo quando esta prática não é mencionada, é freqüente oferecer sacrifícios como rito preparatório e propiciatório. (SICRE, 1996, p. 75-76).

Já Fohrer (1993, p. 274-275) afirma que o videntismo era característica das religiões nômades[7], não associado a qualquer tipo de santuário e estritamente baseado em visões. Além disso, Eichrodt afirma que “...em nenhum momento nós encontramos Samuel utilizando artes de presságio”[8].
Em Israel, o vidente assumia também atividades políticas, intervindo nos problemas da nação incipiente em favor do povo e em nome de Javé. Sua função como intermediário entre Javé e o povo era reconhecida como a continuação de um diálogo divino entre o povo e seu Deus[9].
Se o vidente é aquele que conhece o oculto, tem visões e influi de forma decisiva nas questões políticas, Samuel se desponta de forma especial contendo em suas narrativas todas estas características.

2.3) Profeta (Nabi)
Principal termo para se referir aos intermediários, aparece 315 vezes no Primeiro Testamento, sendo que se referindo a Samuel, aparece quatro vezes (I Sm. 10.5, 10, 11; 19.20). Este termo possui significado controverso, podendo exprimir desde borbulhar, ferver, derramar até falar de forma fervorosa ou sob transe[10]. Pode ser também relacionado ao verbo acádico nabû, significando chamar, anunciar ou nomear[11]. Este termo poderia ser aplicado tanto aos profetas de Javé quanto aos falsos profetas (SICRE; 1998, p. 89). Era relacionado, inicialmente ao profetismo coletivo e posteriormente aos profetas individuais, clássicos ou escritores[12]. Como é de difícil compreensão, pode-se qualificar o nabi, de maneira simples, como aquele que comunica a palavra de outra pessoa[13].
O nebiísmo tem seu inicio em áreas cultivadas do Antigo Oriente Médio, relacionado com santuários, cortes reais, cultos de fertilidade e transes extáticos (Cf. FOHRER, 1982, p. 275). Esta forma de profecia se caracterizava por pequenos ditos proféticos (palavras desconectadas) e experiências extáticas em grupo ou individuais (estas ocasionadas por dança, música ou possessão)[14].
Esse nebiísmo é assumido pelos israelitas a partir da entrada na terra de Canaã, e assume uma função estimuladora de caráter patriótico e religioso entre o povo[15]. Posteriormente, o videntismo se funde com o nebiísmo, criando aqueles que são chamados de profetas clássicos. Profetas estes que preservam características destes dois movimentos, mas manifestam características únicas em si[16], sendo que, uma destas características únicas do profetismo israelita, é uma sua liberdade de critica ao rei e ao culto, coisa inexistente nos outros movimentos proféticos do Antigo Oriente[17].
Mas qual então a relação de Samuel com o nebiísmo? Samuel é um típico guardador da religião mosaica, relacionado ao culto e ao rei, mas critico destas instituições, além de encabeçar uma liga de profetas extáticos (I Sm. 19.18-24).

A partir de toda essa análise das principais terminologias dadas a Samuel nas narrativas do Primeiro Testamento cabe, a guisa de conclusão, apontar algumas considerações sobre o profetismo israelita a partir de Samuel.

3) CONSIDERAÇÕES

Após breve descrição do inicio do profetismo israelita, a partir da figura de Samuel, cabe ressaltar que em Israel o profetismo pode ser caracterizado por uma manifestação adaptativo-inovadora.
Adaptativo na medida em que não despreza suas raízes do videntismo nômade nem a influência do nebiísmo agrícola do Antigo Oriente Próximo. Isto fica claro nas narrativas referentes a profetas posteriores como Elias - Eliseu (videntismo) e Isaias – Ezequiel (nebiísmo)[18].
Inovador quando apresenta a característica marcante da crítica aos poderes religiosos - reais. O profeta se torna o principal intermediário entre Deus e seu povo, valorizando o retorno a religião mosaica e ao nacionalismo estrito, muitas vezes abandonado por sacerdotes e reis corrompidos[19]. Além disso, outra característica é única no profetismo israelita: a divindade fala sem que lhe seja perguntado[20]. Em Samuel isto é realidade, quando Javé o revela sobre a unção de Saul como rei (I Sm. 9-10). A divindade também toma a iniciativa de se revelar, e o profeta torna-se esse transmissor da revelação divina ao povo.
Samuel se mostra uma figura que espelha bem essa visão adaptativo-inovadora do profetismo incipiente em Israel: era homem de Deus (pois transformava sua realidade através de suas ações), vidente (revelava o oculto e tinha poder político) e nabi (relacionado ao culto, ao rei e guardador da religião mosaica). Ao mesmo tempo, demonstra-se crítico ao sistema religioso (principalmente ao sacerdócio de Eli – I Sm. 3.11-21), instrumento de transição a uma nova realidade de seu povo, a realidade da monarquia (da qual ele se torna crítico).
Em Samuel, dá-se inicio a um movimento de desaparecimento e depreciação da figura do vidente, em detrimento da figura do nabi[21]. Só que o nabi que permanece em Israel não é o influenciado pela cultura do Oriente Antigo, mas sim por Samuel. Assim, Samuel torna-se o modelo do que é ser profeta em Israel.

4) E o que isso quem a ver com o cristão do século XXI?

Samuel nos ensina que o profeta é aquele que interfere em sua realidade, sendo critico de toda instituição que perde seu foco de servidor de Javé, em prol dos interesses de uma minoria.
Nossa função profética na sociedade atual é a de levantar contra as injustiças de todas as instituições anti-cristãs, mesmo se essas instituições se dizerem cristãs.

Para pensar: “A profecia não existe para transformar homens em profetas, mas para transformá-los em testemunhas de Deus, quando se cumprem”.


[1] Para maior conhecimento desta literatura, vide PRITCHARD, James B. Ancient Near eastern texts: relating to the Old Testament. 3. ed. Princeton: Princeton University Press, 1974. 710p.
[2] SICRE, 1996, p. 235.
[3] Estes termos aparecem principalmente em I Sm 1 – 9.
[4] SICRE, 1996, p. 74.
[5] Ibidem, 1996, p. 79.
[6] BLANCO, 2004, p. 31.
[7] Para maior aprofundamento sobre a religião nômade em Israel, vide FOHER, Georg. História da Religião de Israel. 2. ed. São Paulo: Paulinas, 1982. 507p.
[8] EICHRODT, 2004, p. 269.
[9] Ibidem, 2004, p. 267.
[10] HARRIS; JUNIOR; WALTKE, 1998, p. 904 - 905.
[11] WILSON, 1993, p. 130.
[12] BOUZON, 2002, p. 40.
[13] FARIA, 2006, p. 14.
[14] EICHRODT, 2004, p. 276-284.
[15] FOHRER, 1982, p. 280.
[16] Ibidem, 1982, p. 280.
[17] SICRE, 1996, p. 235.
[18] Ibidem, 2004, p. 291-300.
[19] BLANCO, 2004, p. 33.
[20] ASURMENDI, 1988, p. 18.
[21] VAWTER, 2007, p. 400.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A doutrina da Mordomia Cristã - TEXTO BÍBLICO: Salmos 24

Mordomo quer dizer, literalmente, ecônomo, isto é, aquele que é incumbido da direção da casa, o administrador. É aquela pessoa a quem é entregue tudo quanto o senhor possui para ser cuidado e desenvolvido. Em linguagem bíblica, isto quer dizer que não só terras, dinheiro, jóias e os bens materiais em geral, mas também o cuidado da esposa e dos filhos, enfim a reputação do senhor e até sua própria vida. Daí se depreende o que o Senhor exige de nós quando nos constituiu mordomos. É, portanto, com temor e tremor que devemos assumir nossa responsabilidade mas, de outro lado, com regozijo em nossos corações por ele nos ter dado um lugar de tantas oportunidades para glorificar seu santo nome.

1. BASE BÍBLICA DA DOUTRINA DA MORDOMIA

A Bíblia ensina por preceitos e exemplos que somos mordomos de Deus. Ele nos confiou a administração de bens e poderes que lhe pertencem. Causa estranheza que cristãos, através dos séculos, tenham aberto o Livro Sagrado milhares de vezes e até tenham procurado viver suas verdades, sem que a doutrina da mordomia viesse a ocupar em suas vidas o lugar que merece. Daremos, em resumo, o que a Bíblia diz acerca desse assunto.
O universo pertence a Deus (Gn 1.1; 14.22; Dt 10.14; I Cr 29.13-16; Sl 24.1; 50.10-12; 89.11; Jr 27.5). De modo específico, o solo pertence a Deus (Lv 25.23; 2 Cr 7.20). Os minerais e os tesouros que a terra e o mar escondem (Sl 95.5; 146.6; Ag 2.8; Jl 3.5). Tudo o que a terra produz (Gn 2.9; Sl 104.4) e toda a vida animal (Gn 1.24; 9.2,3).
Depois de haver completado a obra da criação, Deus colocou Adão num jardim aprazível e lhe confiou as coisas criadas (Gn 2.15). Deus nunca entregou os títulos de propriedade a Adão, mas conservou-os para si mesmo como criador. Adão era um simples mordomo. O homem só poderia ter direito de propriedade sobre aquilo que ele pudesse criar; entretanto, nunca homem algum jamais foi capaz de criar qualquer coisa. Tudo o que ele pode fazer é utilizar-se das coisas criadas, adaptá-las e combinar forças e elementos por Deus criados.
O homem pertence a Deus
Por direito de criação (Gn 1.27; 2.7; Is 42.5; 42.1-7; Ez 18.4)
Por direito de preservação (At 14.15-17; 17.22-28; Cl 1.17; I Pe 1.5). Deus não somente nos criou, mas também nos sustenta na sua providência. Ele não é um Deus que criou o mundo e o abandonou à sua própria sorte. Pelo contrário, Ele está profundamente interessado em tudo o que se passa entre os homens, acompanhando o desenrolar da história e orientando-a para atingir seus propósitos eternos. Não fora um Deus sustentador do universo e este mundo e a vida humana seriam uma impossibilidade.
Por direito de redenção (Ex 19.5; 1 Co 6.19-20; Tt 2.14; Ap 5.9). Fomos criados para glorificar a Deus (Is 43.7; 1 Co 6.18-20). Mas o pecado desviou o homem desse alvo. Era preciso, então, que Deus o restaurasse e o libertasse do pecado, que o separava dele (Is 59.2). Isso realizou-se na morte e na ressurreição de Jesus Cristo, que se ofereceu como propiciação pelos nossos pecados, restabelecendo outra vez o alvo para o qual Deus nos criou, e nosso objetivo, a partir da vitória de Cristo, deve ser buscar a sua glória.





2. O VALOR DA DOUTRINA DA MORDOMIA PARA A VIDA CRISTÃ

Talvez não haja outra doutrina capaz de influenciar mais a vida do crente do que a da mordomia quando devidamente compreendida e aplicada.
Antes de tudo, deixará de existir em nossa vida a diferença artificial que, em geral, se faz entre atividades religiosas e seculares. Religião não será mais uma atividade que tome de nós certos dias e horas. Cada minuto de nossa vida será sagrado, porque pertence a Deus. Nosso trabalho deixará de ser uma coisa mecânica e material para ser algo concedido pela graça de Deus. Estamos cooperando com Deus no desenvolvimento e progresso de um mundo criado e mantido por ele mesmo.
O mordomo fiel, despertado por uma visão nova e mais ampla, verá Deus e sua mão em lugares e coisas que lhe pareciam despidas de caráter religioso. Não só a igreja, mas o lar e o lugar de trabalho participam dessa esfera sagrada, porque Deus está em toda parte como criador e preservador. Não haverá mais coisas lícitas aqui e ilícitas ali, porque todo o lugar que a planta do nosso pé pisar será terra santa (Ex 3.1-5).
E mais: o conceito cristão de mordomia fará crescer o nosso senso de responsabilidade. Aqui está perante nós um mundo criado por Deus, com tudo quanto nele há, por cujo desenvolvimento somos responsáveis. Aqui estamos nós mesmos, criados à imagem de Deus, e tendo de prestar contas da nossa vida, em toda a riqueza de suas manifestações. Aqui estão almas imortais, sem conhecimento da graça salvadora de Cristo, às quais o Senhor nos incumbe de levar a Boa Nova. São tremendas as nossas responsabilidades como mordomos de Deus!
Cientes da nossa fragilidade e incapacidade para bem desempenhar nossa mordomia, somos levados a depender do Espírito Santo, que Deus fez habitar em nós para conduzir-nos à vida abundante de despenseiros da sua multiforme graça.
Temos a promessa preciosa de Jesus, que nos garante a assistência do Espírito, a fim de nos orientar no bom exercício na nossa mordomia. Ele nos esclarece quanto aos nossos deveres cristãos, fortalece-nos para o desempenho da tarefa de cada dia, purifica-nos, a fim de que sejamos "vasos para honra... e preparados para toda a boa obra" (2 Tm 2.22). Nenhum mordomo poderá servir com eficiência, se não viver uma vida orientada pelo Espírito Santo.

3. O SUPREMO EXEMPLO

Jesus não só ensina a verdade da mordomia em seus ensinos, mas a ilustra de modo muito claro e inspirador em sua própria vida. Ele se reconhecia mordomo de Deus, encarregado da tarefa suprema de alcançar a reconciliação da raça humana. Ele viveu a sua vida orientado por esse propósito. Seu desejo constante era fazer a vontade daquele a cujo serviço se encontrava na terra.

CONCLUSÃO

Inspirados em sua magnífica personalidade, caminhemos a passos firmes, como mordomos que não têm de que se envergonhar, que procuram desempenhar com fidelidade a tarefa que nos foi entregue.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

TRANFORMADOS PARA SEGUÍ-LO - Jo. 21.1-19

Os discípulos tinham voltado a suas atividades normais.
A esperança da vida como discípulos de Cristo tinha se dissipado. Voltaram a seus afazeres anteriores.
A falta de Cristo em suas vidas fez com que abandonassem seus ministérios. Não tinham mais expectativa nenhuma diante de Deus.
Mesmo Jesus tendo já aparecido ressurreto aos discípulos, eles já não sentiam mais o cuidado de Jesus sobre eles. Precisavam ser curados pois, na crucificação, haviam abandonado Jesus.
Pedro, em especial, precisava de um tratamento especial. Ele, tão impetuoso, havia negado por três vezes a Cristo. Então, era necessário um encontro especial com o mestre, onde as arestas seriam aparadas e um novo tempo despontaria àqueles homens.
Para isso, Jesus se apresenta em meio a uma pescaria mal sucedida dos discípulos, para ensinar algumas verdades a estes.



1) DEPENDÊNCIA DE JESUS (v. 1-11)

· Eles tinham passado por uma noite improdutiva;
· Jesus dá ordem para pescarem novamente;
· Eles apanham 153 grandes peixes;
· Jesus mostra àqueles homens: tudo que forem fazer na vida, devem fazer sob minha ordem, pois, “sem mim nada podeis fazer” (Jo. 15).
· Jesus poderia ter exortado aqueles homens por terem se afastado de suas funções como discípulos, de terem voltado a sua terra, enfim, de abandonarem seu chamado apostolar.
· Pelo contrário, Jesus demonstra que a grande verdade é: TUDO QUE FAZEMOS, DEPENDE DE JESUS CRISTO.
· Qualquer decisão de nossa vida deve ser a partir da ordem de Cristo.
· Um processo de cura deve nos ensinar a sermos dependentes de Jesus.












2) CURA EMOCIONAL E ESPIRITUAL (v. 12-19)

· Jesus compartilha do alimento com os discípulos: sinal de comunhão.
· Ele chamava aqueles homens a um novo relacionamento com Ele.
· Em seguida, começa a trabalhar na vida de Pedro.
· Três vezes a pergunta: “Pedro, tu me amas?”
· Três vezes a resposta de Pedro: “Senhor, tu sabes que te amo”.
· A primeira vista parece um diálogo sem sentido, mas algumas coisas devem ser destacadas aqui.
· O termo amor, na língua grega possui várias palavras diferentes para expressa-la: ágape, fileo, eros, dentre outras.
· Nas duas primeiras perguntas dirigidas a Pedro, Jesus pergunta utilizando a palavra ágape. Ágape é o mais profundo amor, o amor de Deus para com o homem; o amor de doação.
· Pedro, quando responde, utiliza a palavra fileo. Este termo é o símbolo do amor fraternal, e pode ser traduzida como querer. Pedro afirmava claramente para Jesus: eu aprendi a lição, não consigo amar-te como tu me amas. Já vi que tudo em que confiava me levou a te trair. Só consigo chegar até aqui.
· Na terceira vez, Jesus ao interrogar a Pedro, utiliza o termo fileo. Jesus está neste momento afirmando a Pedro: eu te aceito da forma que você é. Uma nova chance ponho diante de ti. A restauração está à porta. Se você consegue me amar assim, eu te aceito.
· Jesus aceitava a Pedro com seu amor imperfeito.
· Jesus repete três vezes a afirmação, como era o costume dos juramentos legais daquela época.
· Da mesma forma Jesus convoca três vezes a Pedro a retomar seu ministério.
· A palavra que expressa bem esta verdade é: Segue-me.
· Só pode seguir a Cristo e cumprir plenamente seu chamado aqueles que foram curados materialmente, emocionalmente e espiritualmente.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

A esperança que não morre - Hb. 6. 13-20

- Estamos refletindo sobre as "riquezas da esperança". Nesta semana ouvi por várias vezes frases como "Vou desistir, vou voltar atrás, estou arrependido de ter confiado que poderia dar certo, estou perdendo tempo, vou jogar tudo para o alto". É nesse momento que a esperança tem que voltar a nossa mente com toda força: "Quero trazer à memória o que me pode dar esperança" (Lamentações 3. 22). Não como a última que morre, mas como a esperança que não morre. Vejamos algumas razões porque nossa esperança não morre:
1) Nossa esperança está firmada na aliança de Deus
- Muitos têm colocado a esperança em promessas de homens, em governos, em pacotes econômicos, na bolsa de valores, em palavras jogadas ao vento, em empresas, em cursos ou em si próprio.
- Nós podemos esperar com esta certeza porque nossa esperança está firmada na aliança que Deus fez comigo e com você. Abraão esperou com paciência porque ele sabia que o próprio Deus firmou a promessa e deu seu próprio nome como garantia (v. 13). A promessa feita a Abraão é estendida a mim e a você através da obra de Jesus Cristo. Como crentes, somos filhos de Abraão, e herdeiros das promessas feitas ao nosso pai da fé. "É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça. Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão" (Gálatas 3.6-9). Algumas expressões que dão a garantia da promessa que foi feita a Abraão.
- V. 17: "Deus se interpôs com juramento" - Deus não precisa jurar, mas por causa de nossa incredulidade ele fez isso. Não achando ninguém superior, jurou pelo próprio nome.
- V. 18: "é impossível que Deus minta", aqui podemos lembrar de Números 23.19: "Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?".
- V. 19: "a qual temos por âncora da alma, segura e firme". O salmista ( Salmo 42.5) nos pergunta "Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu". A esperança em Deus é como um navio mantido seguro e firme por uma âncora.
- Nossa esperança é firmada na aliança de Deus, e ele jamais quebra uma aliança.
2) Nossa esperança está firmada nas possibilidades de Deus
- Em primeiro lugar vimos que nossa esperança está firmada na aliança de Deus para nós. Mas esta esperança deve estar firmada nas possibilidades de Deus. Devemos esperar com paciência (v. 15), assim como Abraão, porque podemos olhar as situações que nos cercam não com a nossa ótica, mas com a ótica de Deus. A promessa feita a Abraão é de que ele seria abençoado e que teria grande descendência (vs. 14). Mas um dia Abraão foi chamado por Deus, Deus pediu-lhe por sacrifício seu único filho, o filho da promessa, o filho a quem muito amava (Gênesis 22.2). Abraão poderia olhar a circunstância e perder totalmente a esperança. Poderia dizer "está tudo acabado, vou desistir, não valeu a pena esperar".
- Quais são as circunstâncias pelas quais você tem passado nesta hora? Seu casamento (piora), sua saúde (agrava-se), suas finanças (crise). Deus está nos falando nesta hora que precisamos renovar nossa esperança de acordo com visão de Deus e não a nossa.
- Para nós, monte Moriá significa o fim, para Deus significa o começo, para nós adorar pode significar perder tempo, para Deus entregar e confiar, para nós a falta do cordeiro significa impedimento ou derrota (talvez você esteja vendo apenas o cutelo e o fogo), para Deus significa a possibilidade de provisão, para nós o altar significa morte, para Deus é onde ele gera vida.
- Hebreus 11. 17-19: "Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas, a quem se tinha dito: Em Isaque será chamada a tua descendência; porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou".
- Podemos esperar com paciência quando passamos a olhar as situações de acordo com as possibilidades de Deus.
3) Nossa esperança está firmada na promessa de Deus
- Em primeiro lugar vimos que nossa esperança está firmada na aliança de Deus para nós. Que nossa esperança deve estar firmada nas possibilidades de Deus. Mas ainda que nossa esperança está firmada na promessa de Deus. Abraão depois de esperar com paciência (longanimidade), obteve a promessa (v.15).
- Qual a promessa de Deus que você está esperando nesta hora? "Eis que, já hoje, sigo pelo caminho de todos os da terra; e vós bem sabeis de todo o vosso coração e de toda a vossa alma que nem uma só promessa caiu de todas as boas palavras que falou de vós o SENHOR, vosso Deus; todas vos sobrevieram, nem uma delas falhou" (Josué 23.14). Deus é fiel e não permitirá que nenhuma de suas promessas caia por terra. Precisamos aprender a esperar com a certeza de que nossa esperança nunca morre. Hebreus 10.23: "Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel".
- Nossa esperança não está apenas baseada nas promessas para agora, para nosso bem estar ou felicidade. Mas nossa esperança está acima de tudo baseada na promessa de um futuro certo, de uma eternidade plena, de vida eterna. 1 João 2.25: "E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna". Esta promessa tem como garantia a obra de Jesus, adentrando os céus, tornando-se o grande sumo sacerdote, sentando-se à direita do pai e nosso intercessor.
- Podemos cantar nossa esperança "Que segurança, sou de Jesus" e esperar os céus, mesmo em meio a lutas ou dificuldades, porque "Vencendo vem Jesus". Nossa esperança está firmada na promessa de Deus, ele voltará.

Conclusão
- Vimos que nossa esperança não morre porque nossa esperança está firmada na aliança de Deus, está firmada nas possibilidades de Deus e está firmada na promessa de Deus.
-Salmos 40.1: "Esperei confiantemente pelo SENHOR; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro".
- Deus se inclina, nesta hora, para aqueles que depositam nele a esperança

sábado, 17 de novembro de 2007

CAMINHANDO EM ALGUNS PRINCÍPIOS DA IGREJA PRIMITIVA

Este tempo em nossa comunidade é um tempo de reflexão de nosso papel como Igreja.
Para então entendermos as diretrizes de Deus para cumprimento de seu propósito na terra, nada melhor do que averiguar condutas da Igreja que deve ser nosso parâmetro: A IGREJA PRIMITIVA.
Neste sentido, vamos analisar esta Igreja incipiente e retirar dela alguns conceitos de Comunhão e vivência presentes nessa comunidade, que são importantíssimos para nosso caminhar como igreja nestes dias, no século XXI.

1º Princípio – A Igreja Precisa viver na UNÇÃO do Espírito Santo. (At.2:1-4) - Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar. De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados. E viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava.
• O que é Unção?
o Verbos Mashal (AT) e Charisma (NT): Dom ou capacitação divina
• Viver na unção do Espírito é buscar a capacitação de Deus para cumprir seu propósito em nosso meio.
• Como a Igreja primitiva buscava esta capacitação: ORAÇÃO -RELACIONAMENTO COM DEUS

2º Princípio – A UNIDADE – Promovida pela unção do Espírito Santo (At.4:32) - Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração. Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham.
• Unidade na doutrina (haviam sim algumas diferenças doutrinárias (Ex. Paulo-Pedro, mas as crenças fundamentais eram idênticas)
• Unidade na comunhão e orações (Desejos comuns – sem individualismos)
• Todos os que criam andavam juntos e unidos (comunhão)
• Tinham unidade com humildade.
• Porque tinham unidade o Senhor acrescentava pessoas (At. 2.47b - E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos.)

3º Princípio – Anunciavam a mensagem com CORAGEM e OBEDIÊNCIA
(At. 4:31) - Depois de orarem, tremeu o lugar em que estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus.
• A Igreja teve ter disponibilidade para apregoar a mensagem do Evangelho:
o Não só de palavras, mas também com testemunho de vida.
• O Espírito Santo impulsiona o crente a contar aquilo que Deus tem feito em sua vida a outros.

4º Princípio – Se REUNIAM no TEMPLO e de CASA em CASA (At.2:46) - Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração.
• Se reuniam todos os dias com prazer
• A Igreja se reunia nas casas
• Existia uma busca pela informalidade e inter-relação entre os participantes das reuniões
• As relações cristãs devem ser extra-templo, extrapolar as paredes do templo em busca de “ser igreja no mundo” (Bonhoeffer).

5º Princípio – TODOS os membros FUNCIONAVAM – Não haviam “leigos” – TODOS ministravam. (1Co. 14.26) - Portanto, que diremos, irmãos? Quando vocês se reúnem, cada um de vocês tem um salmo, ou uma palavra de instrução, uma revelação, uma palavra em uma língua ou uma interpretação. Tudo seja feito para a edificação da igreja.
• Não existe ministrados e ministrantes; servos e servidos; todos ministram – (1 Co. 12.7 - A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum.)
• Deus nos dás seu Espírito para que possamos ministrar aos outros (1Pe. 2.9 - Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. )
• Quando o véu do templo foi rasgado, acabou-se a separação entre a classe dos que tinham relação com Deus e a classe dos que necessitavam do homens para se relacionar com Deus. TODOS TEMOS A OPORTUNIDADE DE FALAR, SE RELACIONAR E TRABALHAR PARA O SENHOR.

Conclusão
Seguindo o Modelo de Igreja de Atos dos Apóstolos estaremos adequadamente preparados para cumprir o Plano e o Propósito de Deus para a nossa vida e nossa geração; que é: Ganhar Vidas, Consolida-las, treina-las e envia-las a salvar outros, edificando assim o Corpo de Cristo na Terra

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

CULTIVANDO RELACIONAMENTOS SADIOS - Cl. 4.2-6


Paulo no fim de sua carta aos Colosensses aponta alguns conselhos pertinentes para uma boa convivência tanto em nossa relação com Deus, com os irmãos e com os de fora: Dediquem-se à oração, estejam alerta e sejam agradecidos. Ao mesmo tempo, orem também por nós, para que Deus abra uma porta para a nossa mensagem, a fim de que possamos proclamar o mistério de Cristo, pelo qual estou preso. Orem para que eu possa manifestá-lo abertamente, como me cumpre fazê-lo. “Sejam sábios no procedimento para com os de fora; aproveitem ao máximo todas as oportunidades. O seu falar seja sempre agradável e temperado com sal, para que saibam como responder a cada um. (Cl. 4.2-6).
Partindo desse principio, dos RELACIONAMENTOS SADIOS, Paulo apresenta TRÊS propostas norteadoras de nossos relacionamentos. No v. 2, Paulo trata da dedicação à oração. Esta dedicação pode ser traduzida também como manter o entusiasmo. Paulo conclama aos Colosensses a serem entusiasmados em seu diálogo com Deus. Outra palavra que aparece neste v. é a palavra gratidão. A relação com Deus deve ser mediada por graça, e não por barganha (troca), como alguns infelizmente ainda fazem nestes dias.
Seguindo, Paulo trata nos vs. 3 e 4 de nossas relações dentro das comunidades de fé. Orar pelos irmãos é pautar as relações em um sentimento de reciprocidade (correspondência mutua), cultivando a empatia (capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de apreender do modo como ela apreende). Não devemos buscar relações entre os irmãos de trocas, acusações, mas sim de ajuda e apoio, reconhecendo nossas limitações e auxiliando cada um a crescer no Senhor.
Por fim, Paulo trata nos vs. 5 e 6 de nossas relações com os de fora (nãos-convertidos). Nessas relações, a sabedoria no falar deve ser fator preponderante, se não agirmos com discrição e bom testemunho, afastamos as pessoas do Senhor. Cabe ressaltar aqui que bom testemunho não é ser perfeito, mas manifestar justiça e misericórdia (características do reino de Deus) em nosso círculo de convívio. Paulo também adverte para que nossas palavras sejam agradáveis e temperadas com sal. Isso significa que as pessoas de fora devem ter prazer de nos ouvir, pois nossas palavras trazem conteúdo edificante às suas vidas. Assim sendo, estas relações devem ser relações inclusivas, onde atraímos pessoas a Cristo através de suas relações conosco.
Paulo apresenta sábios ensinamentos para nós. Elementos que nos aproximam de Deus, de nossos irmãos, dos de fora. Por isto mesmo, cabe neste final uma reflexão: Nossos relacionamentos têm sido sadios? Se não, um caminho está traçado para sermos bem sucedidos diante de Deus, de nossos irmãos e da sociedade.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

ADORAÇAO EM SINCERIDADE - Mc. 12-41-44

Ø Marcos é o primeiro evangelista;
Ø Apresenta Jesus como aquele que faz maravilhas; aquele que age;
Ø Jesus também é apresentado como aquele que valoriza as ações dos outros.
Ø As atitudes do coração interessam a Jesus muito mais que seus gestos exteriores.
Ø Neste texto, vê-se isso claramente:

1) Jesus observava o povo (v. 41)
· Os olhos de Jesus não estavam simplesmente nas ações; mas nas intenções.
· Jesus pesou a intenção dos ricos e da viúva.
· Jesus enxerga o porquê de fazermos e darmos qualquer coisa para Ele.

2) O que Jesus valorizou na oferta da viúva?
· Muitas vezes achamos que o valor da oferta da viúva está na condição de “dar tudo”.
· Jesus não disse isto aqui: v. 44
o A viúva, quando dá tudo, entrega plenamente sua vida nas mãos de Deus;
o O sustento é a vida. Ela a entrega aos pés do Senhor.
o Declara que sua subsistência estava agora diante de Deus.
· A verdadeira oferta é aquela dada por gratidão:
o Aquela que dá por certeza da ação de Deus;
o Aquela que dá por saber que é Deus que já tem dado;
o Aquela que é retribuição pela maior dádiva de Deus: a Vida.

3) E por que dar dinheiro?
Ø O dinheiro é o maior símbolo de ostentação humano;
Ø A sociedade gira em torno do dinheiro;
Ø O maior símbolo de confiança em Deus é o desprendimento da segurança social: O DINHEIRO.

4) CONCLUSÃO
Ø Procuremos nos apresentar diante de Deus como àquela viúva:
o Deus de sua vida a Deus como resposta de gratidão a ação de Deus em sua vida.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

PRATICANDO AS OBRAS DE CRISTO - Cl. 3. 1-2, 8-17

Paulo trata nos dois primeiros capítulos da carta aos Colossenses sobre a necessidade de se evitar os falsos mestres. Partindo para o terceiro capítulo, ele apresenta instruções sobre como viver uma vida santa, a partir de Cristo e sua obra de salvação (que é apresentada no cap. 2).


1) Nova vida – Novo Pensamento (v. 1-2)
Ø Paulo dá inicio a este capítulo convocando os Colossenses a reconhecerem sua condição de ressuscitados com Cristo (v.1):
· Ressuscitar com Cristo é tomar parte, viver, praticar, andar como tivesse morrido para o mundo (sistema de governo) e viver uma nova vida.
Ø Quem vive como ressuscitado tem um novo jeito de pensar (v. 2):
· Pensar nas coisas do alto não significa olhar para o céu e se esquecer da terra; mostra sim que devemos interpretar o que se passa em nossa vida pelos conceitos do governo de Deus, e não pelo governo do mundo.

2) Abandonando as práticas antigas (v. 8-11)
Ø Devemos abandonar ações que nos qualificam como sujeitos sob o governo do mundo (v. 8-10):
· Todos estes pecados são ações que ferem outros irmãos;
· No governo do mundo, sempre se cresce derrubando outros;
· Ser como a imagem do Criador nos afasta destas condutas.
Ø Devemos abandonar todo tipo de discriminação, tanto de ordem racial, quanto de ordem social (v. 11).
· São se deve qualificar as pessoas por raça ou condição financeiro-social.
· O que somos perante Deus é o que nos deve qualificar entre os outros.
3) Praticando as obras de Cristo (v. 12-17)
Ø Este novo jeito de pensar e viver traz uma série de condutas de vida diametralmente opostas às do mundo:
· Condutas de inclusão, e não de exclusão (v. 12-14).
§ Ações de aproximação;
§ Ações de ajuda;
§ Ações de união.
· Não somos nós que seremos o padrão de julgamento, mas a paz de Deus (v. 15).
§ Shalom: plenitude, completude, espírito de justiça e misericórdia, sinal do reino de Deus.
· Estas condutas manifestam a presença da palavra de Cristo em nós (v. 16):
§ Ter a palavra de Cristo é ter o próprio Cristo – o “verbo que se fez carne”.
§ Somos impulsionados a servimos de instrumentos de edificação a outros.
§ Somos levados a cultuarmos a Deus em Espírito e em Gratidão
· Reconhecemos que tudo que fazemos não vem de nós mesmos, mas pelo Senhor (v. 17).
§ Espírito de humildade.

4) CONCLUSÃO

A obra de Cristo nos leva a um novo estágio de vida. Essa nova vida traz uma nova mentalidade e um novo jeito de ser no mundo. Esta vida deixe de ser egoísta e se torna comunitária.
Se este modelo de vida for aplicado, o reino de Deus será perceptível entre nós. Você pode dizer: “Isto é utopia”. Pode até ser. Mas toda utopia é plausível, deste que vivência por aqueles que reconhecem sua necessidade e aplicabilidade.
Dessa forma, precisamos crer nestas verdades e experiência-las. Por que então não começarmos a partir de hoje?

domingo, 28 de outubro de 2007

REFORMA, UMA NECESSIDADE VITAL - TEXTO: Ne. 2.11-20

Em Israel era tempo de pós-exílio.
Jerusalém estava em ruínas. Neemias (Javé Consola) foi despertado por Deus no exílio a voltar a Jerusalém para realizar uma reforma estrutural e espiritual em sua terra.
Nesses tempos modernos, o estado de nossa sociedade é bem parecido com a Jerusalém dos tempos de Neemias. Nosso mundo está em ruínas, tanto estrutural como espiritualmente falando. Por isso, precisamos entender sobre a reforma que Neemias empreendeu para que possamos aplicar estes conceitos em nossa sociedade.

1) A reforma muitas vezes tem um pequeno começo
· Um copeiro empreendeu uma reforma que Jerusalém esperava já a noventa anos;
· Na história, vários eventos conhecidos hoje como grandes marcos se iniciaram de forma pequena:
v Nessa semana se comemora 490 anos da reforma protestante;
v Essa reforma aconteceu através de um simples monge, em uma das menores igrejas da Europa, na Alemanha, um dos países de menor tradição religiosa em sua época.
· Não devemos desvalorizar os pequenos começos.

2) A reforma requer uma liderança espiritual vigorosa
· Neemias era uma pessoa entusiasmada.
· Enquanto outros viram Jerusalém e se desanimaram, Neemias via uma oportunidade de servir a Deus trabalhando em prol de seu povo.
· Qualquer mudança necessita de pessoas destemidas e ousadas.
· Lutero, apesar de sua pequenez, ousou contestar um modo de ser cristão que já perdurava por 1000 anos.
· Um grande líder necessita de coragem e ousadia.
3) A reforma precisa passar por uma avaliação profunda
· Neemias primeiro avaliou toda situação para depois agir (v. 11).
· Avaliar ajuda a entender os verdadeiros problemas que necessitam ser atacados.
· Lutero só se levantou contra os erros que viu após um tempo estudando, investigando, indo até mesmo a Roma para compreender a verdadeira situação da Igreja.
· Ação sem avaliação, sem investigação, torna-se precipitada e muitas vezes improdutiva.

4) A reforma precisa de mútua cooperação (v. 17b, 18)
· Ninguém faz nada sozinho. Neemias sabia disso e tomou três atitudes em busca da cooperação do povo:
v Tomou sua missão em uma missão de todo povo;
v Mostrou-se o primeiro a trabalhar, deu exemplo, para mover outros a agirem;
v Apresentou que quando o povo se une, Deus autentica estas ações e derrama suas bênçãos.
· Da mesma forma, Lutero só conseguiu uma mudança na igreja porque estava cercado de pessoas que o ajudaram.
· Em uma reforma bem sucedida, o TODO deve ser maior que a SOMA DAS PARTES.

5) A reforma sempre provoca forte oposição (v. 19)
· Três oposições sempre aparecem:
v Oposições internas:
§ Seu povo, à primeira vista, não acreditava em suas ações.
v Oposições externas:
§ Inimigos sempre se insurgem quando nos levantamos para cumprir a vontade de Deus.
v Propostas de associações com os inimigos:
§ Uma das estratégias dos inimigos é fazer com que nos associemos a eles.
§ Nessa hora, o discernimento espiritual é importantíssimo.
· Neemias e Lutero passaram por esses mesmos problemas.
· Só a confiança em Deus ajuda a não cair nessas ciladas.

6) A reforma necessita da bênção divina e do trabalho do homem (v. 20)
· A bênção divina é a base para qualquer reforma empreendida por nós.
· A soberania de Deus não elimina a responsabilidade humana.
v Sabemos que Deus tem seus propósitos e vela por cumpri-los;
v Isso não pode servir de desculpa para cruzarmos os braços e esperarmos que Deus faça o que está em nossas mãos.
· Neemias e Lutero souberam enxergar o limite entre vontade de Deus e ação humana. Por isso se tornaram ícones reformadores no cristianismo.

7) CONCLUSÃO

Alguns princípios podem ser tirados aqui para nossas vidas:
· Avalie antes de agir;
· Dê exemplo antes de conclamar outros;
· Dependa de Deus;
· Resista seus inimigos;
· Coloque a mão na obra porque Deus abençoará.
Neemias e Lutero são modelos a ser seguidos por nós, se quisermos fazer diferença nestes dias.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

TENHAM CUIDADO! Cl. 2.16-23

Paulo, desde as primeiras linhas da carta de Colossenses, vem alertando seus irmãos do perigo que existe em dar ouvido aos falsos mestres presentes nessa comunidade.
Viu-se que no primeiro capítulo, Paulo faz uma oração traçando três preceitos para que esta comunidade pudesse se prevenir contra estes falsos mestres. Paulo pede que os irmãos de Colossos tenham inteligência espiritual, obediência prática e excelência moral. Já neste segundo capítulo, Paulo trata daquilo que Cristo conquistou na cruz por seus filhos e como, através da obra de Cristo, podemos refutar os falsos mestres.
Dessa forma, relacionaremos três pontos que Paulo apresenta sobre como a obra de Cristo pode nos livrar dos falsos ensinamentos:

v Ninguém os julgue (Cl. 2.16,17)
Ø A doutrina dos falsos mestres consistia em uma mistura de visões angelicais, legalismo judaico, filosofia e preceitos cristãos.
§ O legalismo judaico tinha grande importância neste sistema sincrético.
§ O cumprimento de regras (religiosas) pré-estabelecidas era o ponto chave dos ensinamentos destes mestres.
§ O cumprimento das regras gerava auto-justificação.
Ø Contrapondo este ensino, Paulo apresenta que Cristo:
§ Já cumpriu todo processo de julgamento que estava sobre nós, nos libertando (v. 14, 15)
· Não devemos viver sobre o julgo da lei, mas de Cristo (Rm. 6.14 - Pois o pecado não os dominará, porque vocês não estão debaixo da Lei, mas debaixo da graça).
§ A graça é a realidade da vida em Cristo (v. 9)
· Plenitude: Pelo poder de Cristo, os crentes não estão sujeitos às ações do pecado, mas de Jesus Cristo.
· Graça é o ato misericordioso de Deus; somos reconhecidos justos por aquilo que Cristo fez, não por qualquer ação que possamos praticar.

v Não sejam impedidos de alcançar o prêmio (Cl. 2.18,19)
Ø Uma falsa espiritualidade impede outros de alcançar alvo cristão.
§ As experiências espirituais não devem servir de parâmetro para se designar o nível de comprometimento no meio cristão. Paulo apresenta o amor como este referencial de vida cristã (I Co. 13.1-2 - Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei).
§ Quem reconhece que estes falsos mestres não estão ligados a Cristo (v. 19), abandona seus ensinamentos e vivem de acordo com o que Cristo ensinou (Jo. 15.12, 13 - o meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos).

v Não se submetam às regras humanas (Cl. 2. 20-23)
Ø As regras farisaicas eram interpretações exageradas da lei.
§ Vemos o próprio Cristo mostrando nos Evangelhos que ávida era maior que as leis humanas (Mt. 12. 7, 8 - Mas, se vós soubesseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes. Porque o Filho do Homem até do sábado é Senhor).
Ø As regras humanas aparentam sabedoria, espiritualidade sadia e poder. Mas no fundo, não tem valor nenhum diante dos desafios da vida, pois são só aparência sem conteúdo (Jo. 7.24 – “Não julguem apenas pela aparência, mas façam julgamentos justos").

Ø Se Cristo é a plenitude de todas as coisas, ele deve ser o nosso exemplo. Se Cristo é o exemplo, devemos viver como ele viveu: Fp. 2. 5-8 - Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!

v CONCLUSÃO
Cristo deve ser o nosso modelo de vida, e não os ensinos de falsos mestres que desviam vários da verdade através de ensinamentos que nada têm a ver com o Evangelho.
Para nos ver livres destes falsos ensinos, é necessário que Cristo seja o cerne, o parâmetro, o caminho pelo qual devemos seguir em direção à vida que Deus planejou para nós.
É importantíssimo que nesse tempo a Igreja se levante como os bereanos, que analisavam tudo o que ouviam, para aí sim, se aquele discurso você condizente com o Evangelho, desse o crédito devido (At. 17. 10,11 - Logo que anoiteceu, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia. Chegando ali, eles foram à sinagoga judaica. Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo).
Assim, que tenhamos cuidado. Que Cristo seja o nosso paradigma de interpretação de tudo que nos chegue, seja de quem quer que seja.

domingo, 21 de outubro de 2007

A tentação do ganho fácil - 2º Reis - 5 - 20 : 27

Como crentes em Jesus temos que conviver com tentações. Tentações são desejos, inclinações da nossa carne, que procedem de nossa natureza humana pecadora, que tentam nos levar a desobedecer as ordens do Criador.
Neste texto Deus nos alerta para uma das perigosas tentações a que estamos expostos.
Geazí, o servo do profeta Eliseu, acreditou que poderia facilmente lucrar, desde que corresse até Naamã, o general Sírio que acabara de ser miraculosamente curado da lepra. Munido de uma boa e comovente história, pensando estar longe da vigilância do profeta, o servo Geazi partir a encontrar a comitiva síria a caminho de volta para Damasco. Ele não tencionava obter toda a prata, ouro e vestidos que o general trouxera na intenção de presentear o profeta; somente um pouco de prata e duas vestes.
A consequência terrível que esta atitude de Geazi trouxe para si nos serve de alerta contra esta tentação a que estamos sujeitos: a tentação do ganho fácil. Cuidemos para não cometer os seguintes equívocos:

1º) Pensar que “ter” é o mais importante (v. 20)
Freqüentemente estamos sujeitos a pensar como Geazi, que o mais importante é termos a prata e as vestes, do que sermos “irrepreensíveis e sinceros” (Fp 2:15). O Senhor Jesus lidou com esta tentação quando o Diabo o levou ao alto de um monte e, mostrando-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles, disse-lhe: “Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares.” (Mt 4:8 e 9). A resposta de Jesus foi que somente a Deus devemos adorar e só a Ele servir. Não importa o prejuízo financeiro ou material que isto traga, primeiro devemos buscar o Reino de Deus e a Sua Justiça! (Mt 6:33).
O servo Geazi não seguiu o exemplo de seu senhor. Corrompeu-se por causa de um pouco de prata e algumas roupas novas. Que tristeza quando um servo de Jesus abandona seu posto, sua Igreja, seu compromisso com a Obra de Deus e parte para conquistar coisas de tão menor importância, sem a bênção de Deus.
Como Geazi, muitos nem se apercebem que estão incorrendo numa falta gravíssima quando ao pecar, comprometem o nome do Senhor!

2º) Comprometendo o nome do Senhor (v. 26)
Ao voltar de sua abordagem a Naamã, Geazi deparou-se com seu senhor. Este lhe perguntou de pronto: “Porventura não foi contigo o meu coração...? Era isto ocasião para receberes prata e roupa...?” Geazi usara o nome de seu senhor para ludibriar a Naamã. De igual modo o crente tem um Senhor, Jesus Cristo e, toda vez que cai em tentação, está comprometendo o nome do seu Senhor! Por isso Jesus disse: “Ai do homem por quem o escândalo vier...” (Mt 18:7).
É assim que surgem os maus testemunhos, os escândalos. Ao invés de o Nome do Senhor ser glorificado, quando se cai na tentação do ganho fácil, o Nome do Senhor acaba por ser blasfemado! A mentira, o ludíbrio, o “jeitinho”, a desonestidade e todo ganho que podem oferecer trazem um prejuízo inestimável à pregação do Evangelho. Quanta lástima quando um filho de Deus decide utilizar os recursos característicos dos filhos do Diabo! (Jo 8:44).
O servo Geazi caiu na tentação do ganho fácil e não mediu as conseqüências de haver utilizado indevidamente o nome do seu senhor. Não pensara que seu erro traria sérias conseqüências para sua vida.

3º) As terríveis conseqüências do cair na tentação do ganho fácil (v. 27)
Geazi herdou a lepra de Naamã. O texto bíblico afirma que ele ficou “branco como a neve”. Pior, afirma que sua descendência, sua família, também foi afetada pelo seu pecado. Este é o resultado de se abandonar os preceitos de Deus, agindo como um “filho de belial”. O apóstolo Paulo escreveu sobre o “amor ao dinheiro” e afirmou que ele é “a raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (I Tm 6:10).
O livro de Eclesiastes também alerta para os malefícios causados pelo “amor às riquezas”, afirmando que a pessoa que sofre deste mal nunca se fartará e, além de outros desconfortos, será desprovido do “sono do trabalhador” (Ec 5:10-12). São grandes os prejuízos para o crente que se deixa levar por esta tentação. Me chama a atenção este do verso 12 de Eclesiastes, onde afirma que “a saciedade do rico não o deixa dormir”.

CONCLUSÃO:

Cuide-se! Você, certamente, tem sido tentado à semelhança de Geazí. Resista, caso contrário, cairá (I Co 10:12). Deus mesmo está pronto a lhe dar forças para auxiliá-lo a resistir. Reconheça que não vale a pena alcançar qualquer valor sem a aprovação do Senhor das nossas vidas. Resista como Jesus resistiu: recuse-se a aceitar qualquer coisa que seja empecilho para sua vida de adoração a Deus.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

A ORAÇÃO DE UM PRISIONEIRO - Cl. 1.9-12

QUEM ERAM OS COLOSSENSES?
· Igreja na região da Ásia Menor, talvez fundada por Epáfras;
· Colossos era uma cidade perto de Éfeso, desconhecida de Paulo;
· Paulo escreve esta carta para alertar as ovelhas conduzidas por Epafras (gentios) a:
o Cuidarem contra falsos mestres;
o Abandonarem práticas pagãs e viverem a verdade do evangelho.
· Paulo inicia sua carta com uma saudação e uma oração em favor dos Colossenses, que traz alguns ensinamentos importantes para aqueles que querem se livrar de falsos mestres.

1) PEDE ENTENDIMENTO ESPIRITUAL (1.9)
· Eles já tinham nascido de novo;
· Necessitavam agora aprender mais sobre Cristo;
· Normalmente os falsos mestres enganam alguns que já estão na fé, mas não entendem as verdades do evangelho;
· Precisa-se crescer naquilo que já se tem aprendido de Deus.
o Este crescer significa entender a vontade de Deus.
· PLENO: Cheio; controlado por.
o Eles deveriam ser controlados pela vontade de Deus.
· Este entendimento não é adquirido por escolaridade, mas com dedicação na oração, leitura bíblica e santidade.

2) PEDE OBEDIÊNCIA PRÁTICA (1.10)
· Na vida cristã, conhecimento e obediência andam juntos.
· A sabedoria espiritual deve refletir na vida diária.
· Os falsos mestres pregam um evangelho que exclui obedecer; têm-se é que requerer direitos e não cumprir deveres.
· Não adianta apenas conhecer a vontade de Deus, é preciso vivenciá-la.



3) PEDE EXCELÊNCIA MORAL (1.11-12)
· O conhecimento e a obediência levam à uma conduta moral cristã.
· Esta excelência moral se manifesta devido ao poder de Deus operando na vida do crente.
· Os falsos mestres não se dão ao luxo de falar sobre conduta moral: apresenta-se apenas o desejo de crescer na vida, não se importando os meios legais os ilegais para isso.
· Sinais da excelência moral no crente:
o PERSEVERANÇA
o PACIÊNCIA (DOMÍNIO PRÓPRIO)
o ALEGRIA
o GRATIDÃO
· Toda esta conduta TEM POR FIM UMA RETRIBUIÇÃO CELESTIAL: não basta buscarmos recompensa na terra. Se for assim, seremos pessoas frustradas.

4) CONCLUSÃO

Entendimento Espiritual, Obediência prática e Excelência moral são três quesitos para que os cristãos hodiernos vejam-se livres dos falsos mestres e cumpram a vontade de Deus para estes dias.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

VENCENDO A ANSIEDADE - Fp. 4.1-9

Na época em que a carta de Filipenses foi escrita, Paulo tinha todos os motivos “plausíveis” para se preocupar. Seus irmãos Filipenses passavam por desentendimentos, além de sua execução ser iminente. Ele poderia ficar ansioso, mas não o fez! Em vez disso, explicou seus leitores o segredo da vitória sobre a preocupação.


O que é ansiedade?
• Atraídos para direções diferentes;
o A esperança puxa para um lado e os medos, para outro.
• Pode ser associada com angústia, que significa aperto.
o A preocupação afeta o raciocínio, a digestão, a coordenação motora e gera até doenças como úlceras e dores pelo corpo.
• Espiritualmente falando, a ansiedade é composta por pensamentos e sentimentos incorretos em relação a circunstâncias, pessoas e coisas.

Assim sendo, Paulo traça três ações importantes para que o cristão vença a ansiedade.

1) ORAR CORRETAMENTE (Fp. 4.6).
Paulo apresenta três palavras para descrever a oração correta:
• Oração:
• Petições ao Senhor;
• Reverência, devoção e adoração;
• A adoração demonstra a dependência a Deus.

• Súplica:
• Expressão sincera a Deus das necessidades e dos problemas enfrentados;
• Aqui os pedidos devem ser honestos e diretos;
• Aqui é o lugar de rasgar o coração a Deus.

• Ações de graças:
• Dar graças a Deus;
• Cultivar um espírito de Gratidão;
• Reconhecer as ações de Deus nos impulsiona a reconhecer as ações dos outros em nosso favor.

Conversar com Deus a respeito de tudo o que nos preocupa é o primeiro passo para vencer a ansiedade.

2) PENSAR CORRETAMENTE (Fp. 4.7, 8).
A paz envolve coração e mente. Pensamento incorretos geram sentimentos incorretos, e logo o coração e a mente vêem-se divididos e estrangulados pela ansiedade. Paulo então, descreve em detalhes as coisas em que devemos pensar como cristãos.
• Tudo que é verdadeiro:
o Pesquisas demonstram que apenas 8% das coisas que deixam pessoas ansiosas são motivos legítimos para preocupação.
o Temos que nos livrar das mentiras que pautam nossos pensamentos.
o Sempre que cremos em uma mentira, Satanás assume o controle.
• Tudo que é respeitável e justo
o O que é digno de respeito; o que é certo.
o Livrar-se de planos que necessitem de ações erradas para alcançar seus objetivos.
• Tudo o que é puro, amável e de boa fama
o Aquilo que é digno de ser comentado.
o Encher a mente de assuntos sadios, e não de “bobagens”.
• Tudo o que tem virtude e louvor
o Nada daquilo que o prejudica e rebaixa pode estar em sua mente.
o Seus pensamentos devem leva-lo ao sucesso, e não ao buraco.


3) VIVER CORRETAMENTE (Fp. 4.9).
Não é possível separar atos exteriores de atitudes interiores. A vida correta é uma condição necessária para se experimentar a paz de Deus.
Paulo cita quatro verbos para classificar o viver corretamente:
• Aprender: receber as verdades em sua mente.
• Receber: acomodá-las em seu coração como modelo de conduta de vida.
• Ouvir: escutar e praticar.
• Ver: torna-las vistas pelos outros.

O ápice para libertação da ansiedade é viver o que tem sido internalizado. Por isso se tempos relação com Deus (Oração) e refletimos sobre essa relação (pensar) conseguiremos viver as verdades aprendidas e nos livraremos da ansiedade.

4) CONCLUSÃO
Orar, pensar e viver corretamente são as armas que Paulo nos apresenta para vencermos a ansiedade. A partir dessas premissas, que vivamos estas verdades para alcançarmos a verdadeira PAZ DE DEUS.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

VIDEO SOBRE O ANIVERSARIO DO PR. JOAO NA IPEP (07/10/2007)

A CEIA DO SENHOR - I Co. 11. 17-33

1) INTRODUÇÃO

Aproveitando o ensejo de hoje ser o dia da celebração da ceia do Senhor, gostaria de explanar aos irmãos nesta noite um pouco sobre este especial sacramento deixado pelo Cristo a nós, que muitas vezes tem tido o seu verdadeiro significado deixado de lada por muitos de nós.

Para iniciarmos, gostaria de fazer uma breve reconstituição da instituição da Ceia por Cristo:
Mc. 14:22-26 - E, enquanto comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando-o, o partiu e lhes deu, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo. A seguir, tomou Jesus um cálice e, tendo dado graças, o deu aos seus discípulos; e todos beberam dele. Então, lhes disse: Isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos. Em verdade vos digo que jamais beberei do fruto da videira, até àquele dia em que o hei de beber, novo, no reino de Deus. Tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras. (Mt. 26:26-29 e Lucas 22:19-20).

Jesus tomou o pão;
Jesus o abençoou;
Jesus o partiu e deu aos discípulos;
Jesus explicou o que simbolizava este pão.
Jesus tomou o cálice;
Jesus o abençoou;
Jesus explicou o que simbolizava o cálice;
Jesus o deu aos discípulos.

Paulo cita esta mesma ordem em 1° Coríntios.
É necessário também entendermos o que se passava naquela igreja para que o apóstolo os explicasse sobre a Ceia, contando que, apenas nesta carta Paulo faz citação sobre a Ceia do Senhor.

A Igreja em Corinto foi formada a princípio de uns poucos judeus e muitos gentios.
Paulo escreve 1° Co. por cinco motivos principais:
Divisões na Igreja (Facções, Partidos) – 1:10-4:21;
Abuso dos sacramentos (Batismo, Ceia) – 5:1 – 11-33;
Desordem nos cultos – 12-1 – 14:40;
Problemas Teológicos – 15:1-58;
Problemas sociais – 16:1-18.

2) Como Era realizada a Ceia

Como era de praxe, cada membro levava sua comida. Contrastando com as reuniões sociais costumeiras, ricos e pobres se juntavam nessas festas cristãs, de modo que tinha de haver considerável disparidade nas quantidades de alimento que uns e outros forneciam.
Mas, ao invés do repartirem os alimentos com todos, cada qual conservava para si a parte que tinha levado, com o vergonhoso resultado descrito no vers. 21.
E assim as tais festas, que tinham o intuito de fomentar sociabilidade, falhavam inteiramente neste objetivo, e o apóstolo a bem dizer aconselhou a suspensão delas (veja-se o vers. 22).
3) PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE PAULO VIU NA REALIZAÇÃO DA CEIA DOS CORÍNTIOS

3.1) Falta de Comunhão na celebração
Paulo Fala dos Coríntios se preocupando em se fartarem em detrimento da condição dos outros irmãos mais pobres (1° Co. 11:20-22)

3.2) Os Coríntios não estavam discernindo o Corpo de Cristo (V. 29)
“Comer e Beber sem discernir o corpo significava simplesmente tomar o pão e o cálice, ao mesmo tempo em que tratavam seus irmãos cristãos sem amor, em pensamento ou ação”[1].
O Corpo de Cristo é muito mais do que o símbolo do pão;
O corpo de Cristo é a Igreja (Rm. 12:4-5);
“Igreja é um grupo de pessoas que se reúnem para aprender sobre Deus e adorá-Lo”[2];
Isso significa que os cristãos são o povo de Deus, especialmente quando se juntam para adoração.
“O que se condena em toda esta passagem é deixar de discernir ou formar opinião sobre o corpo (isto é, a Igreja) quanto ao seu verdadeiro valor”[3].
Quem não discerne sua posição na Igreja, não celebra a Ceia do Senhor.

3.3) A Falta de Comunhão e discernimento da Ceia influía na proclamação da Volta de Cristo
“A volta de Cristo se torna iminente quando a igreja se reúne em Comunhão”[4].
A Ceia é a proclamação da unidade cristã até a volta de Cristo – v.26; 16:22.
Hoje não se vê a mensagem da volta de cristo devido à falta de comunhão que paira sobre a Igreja de Cristo.


4) CONCLUSÃO

A Ceia é uma cerimônia instituída pelo próprio Cristo onde é manifestada a Morte e a Resusreição do Messias através da União do Corpo de Cristo (IGREJA).
Devemos analisar se realmente temos proclamado Cristo através da Ceia, ou se os mesmos problemas da Igreja de Corinto se fazem presentes nos dias atuais.
Como Igreja, nossas atitudes devem proclamar a mensagem de Paulo: 1/ Co. 16:22 – MARANATA – (Vem Senhor Jesus).





[1] BRUCE, 2003, p. 276-277.
[2] CD-Rom BIBLOS
[3] CD-ROM BIBLOS
[4] Frase citada pelo Prof. Aílton Jr. em sala de aula no dia 23/03/2006.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

5 ELEMENTOS PARA SE VENCER A CORRIDA DA VIDA

Fl. 3.12-16


Neste capítulo três de Filipenses, Paulo traça um raio X de sua vida: nos versículos 1 à 11, ele fala de sua vida pré-conversão; já de 12-16 ele chama de seu presente, de sua vida cristã; e nos versículos 17- 21, ele apresenta suas expectativas futuras.
Assim sendo, Paulo aponta cinco elementos essenciais para vencermos os obstáculos da corrida da vida, até alcançarmos a linha de chegada como vitoriosos.

1) Insatisfação (v.12-13 a)
· Paulo nunca se tinha por satisfeito em sua vida cristã. Sempre queria mais de Deus.
· Muitos cristãos falham neste primeiro ponto, pois comparam suas vidas com outros irmãos, e se acham em um grande estágio com Deus e consigo.
· Paulo não. Ele não se compara com seus irmãos, mas se compara com Cristo.
· Paulo tinha a plena consciência de sua condição e buscava melhora-la a cada dia. Não podemos nos iludir com a nossa condição de vida. Quando o anjo fala a Igreja de Sardes, diz: “tens nome de que vives mas estás morto” (Ap. 3.1).
· O primeiro elemento para transpormos a corrida da vida é a insatisfação e constante aperfeiçoamento na vida.

2) Dedicação (v.13b)
· uma coisa: está expressão aparece várias vezes nas Escrituras e traz um belo segredo para nós.
i. Jesus a disse quando falava ao jovem rico (Mc. 10.21);
ii. Quando explicava para Marta a atitude de Maria (Lc. 10.42);
iii. Quando o cego passou a enxergar (Jo. 9.25).
· Às vezes, estamos envolvidos com coisas demais, quando o segredo do progresso e nos concentrarmos em uma única coisa.
· Todo sucesso se deve à especialização. Todo atleta bem-sucedido é aquele que se especializa em uma determinada modalidade.
· O cristão deve dedicar-se a “correr a carreira cristã”. Deve viver única e exclusivamente focado naquilo que é mais importante.

3) Direção (v.13c)
· Ninguém corre olhando para trás, mas para frente.
· Não podermos ser controlados pelo passado, mas pelo futuro.
· Esquecer, neste versículo, significa “não ser mais influenciado ou afetado por algo”.
· Devemos quebrar o poder do passado sobre o nosso futuro. Nem os fracassos, nem os sucessos do passado devem nos aprisionar. Nossa vida deve ser vivida no presente, com os olhos no futuro.

4) Determinação (v.14)
· Prosseguir significa um esforço intenso.
· O atleta bem-sucedido entra no jogo para vencer.
· Devemos aqui evitar dois extremos:
i. Eu devo fazer tudo;
ii. Deus deve fazer tudo.
· Deus opera em nós para que possa operar através de nós.
· Qual é o alvo que nos pede tanta determinação? “O prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.
i. Alcançar o alvo é fazer a vontade de Deus em sua vida;
ii. Não importa qual seja o sucesso aos olhos humanos, o importante é alcançar o objetivo que Deus estabeleceu para nós.

5) Disciplina (v.15-16)
· Não basta ter disposição para correr. É necessário obedecer às regras.
· Qualquer atleta que descumpre às regras é eliminado da competição.
· Aquele que não corre segundo às normas, não é coroado.
· A Bíblia é cheia de histórias de gente que começou a corrida com grande sucesso, mas fracassou no final por não atentar para as regras de Deus.
· Vemos Ló, Saul, Ananias e Safira. Isto também pode acontecer conosco.
· Temos que vencer a corrida da vida seguindo o padrão de Deus para uma vida cristã sadia.

6) CONCLUSÃO

Cinco aços para alcançarmos o sucesso na corrida da vida: INSATISFAÇÃO, DEDICAÇÃO, DIREÇÃO, DETERMINAÇÃO E DISCIPLINA.
Hora alguma as Escrituras nos mostram que a corrida da vida é facil. Mas elas mostram sim que, Jesus está à linha de chegada, nos esperando com a coroa da vida em suas mãos, pronto para nos condecorar.
Corramos a corrida da vida como ele tem nos proposto.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Falando sobre humildade

Texto base: Fp. 2:1-11

Os dias atuais são dias em que as pessoas estão em busca do sucesso a qualquer custo.
Ser bem sucedido é ser famoso, rico, superstar.
Este conceito mesquinho, egoísta e falso tem permeado a igreja cristã atual, de maneira que as pessoas tem vivido e buscado em Deus estes conceitos, totalmente alheios do que Deus realmente espera do homem.
Pensando bem, se não fosse a graça de Deus, nós já teríamos sido consumidos pelo Senhor, como o Escritor de Hebreus (11:28,29) diz: Portanto, já que estamos recebendo um Reino inabalável, sejamos agradecidos e, assim, adoremos a Deus de modo aceitável, com reverência e temor, pois o nosso “Deus é fogo consumidor”.
Analisando as Escrituras, vemos um conceito totalmente diferente daquilo que se propõe hoje. Enquanto o mundo fala de sucesso, a Bíblia fala de humildade.
Humildade é uma característica básica do servo de Deus, como lemos em Filipenses.
Por isso, estudemos pois um pouco sobre a humildade.

O que é humildade?

No AT, temos a palavra hebraica anavah, que significa humildade, brandura.
Já no NT, temos a palavra grega tapeinos, que significa, modesto, humilde.
Já no dicionário, temos humildade como: modéstia; submissão; pobreza, sujeição; simplicidade.
Tentando fazer uma conceituação de humildade, podemos dizer: “Humildade é o sentimento que leva a pessoa a reconhecer suas próprias limitações; modéstia; ausência de orgulho”.
Pra que humildade?

A partir do texto de Filipenses, pode-se tirar algumas conclusões a esse respeito:

1) Viver em harmonia (paz, e amizade)
2) Ter amor e união.
3) Não viver em busca de seus próprios interesses.
4) Para viver como Cristo viveu.

Quais os benefícios de uma vida em humildade?

1) absoluta dependência de Deus.
2) Experimentação de Deus como libertador – Sl. 10:17 (Tens ouvido, Senhor, o desejo dos humildes; tu lhes fortalecerás o coração e lhes acudirás.)
3) Ser guiado por Deus – Sl. 25:9, 10 (Guia os humildes na justiça e ensina aos mansos o seu caminho. Todas as veredas do Senhor são misericórdia e verdade para os que guardam a sua aliança e os seus testemunhos.)
4) Estes são louvados por serem melhores que os soberbos – Pv. 16:19, 20 (Melhor é ser humilde de espírito com os humildes do que repartir o despojo com os soberbos. O que atenta para o ensino acha o bem, e o que confia no Senhor, esse é feliz.)
5) Herdar o reino de Deus – Mt. 5:3 (Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.)

Como alcançar a humildade?

1) Ter num coração contrito (Quebrantado) Is. 66:2 - (Porque a minha mão fez todas estas coisas, e todas estas coisas foram feitas, diz o Senhor; mas eis para quem olharei: para o pobre e abatido de espírito e que treme diante da minha palavra.)
2) Confiar em Deus Sl. 14:6 – (Os maus fazem com que fracassem as esperanças dos necessitados, mas estes são protegidos pelo Senhor.)
3) Temendo ao Senhor Pv. 15:33 - (Quem teme o SENHOR está aprendendo a ser sábio; quem é humilde é respeitado.)
4) Tirar proveito das adversidades da vida
a. Tg 1:2-4 (Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.)

b. 1 Pd 5:6 (Portanto, sejam humildes debaixo da poderosa mão de Deus para que ele os honre no tempo certo.)

5) Viver a vida de Cristo Fp. 2:5 – (Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,)

Conclusão:

Faz-se necessário, para contradizer a vida do mundo, viver em humildade, para que, o caráter de Cristo manifesto através de seus servos, seja apresentado a todos, através de nós.

domingo, 16 de setembro de 2007

QUANDO JESUS VEM AO NOSSO ENCONTRO NAS TEMPESTADES

Mc. 6.45-56

Jesus estava saindo de férias com seus discípulos.
Após os discípulos terem saído a pregar, João Batista ter sido morto, Jesus ordena aos seus discípulos a seguirem a viagem a barco.
Só que uma multidão os segue e Jesus multiplica pães e peixes, e os ordena (os discípulos) novamente a uma travessia a barco, agora sem Jesus.

Jesus despede os discípulos antes da multidão por duas coisas:
1) Livrá-los de uma tentação (o Evangelho de João relata que a multidão o queria declarar Rei);
2) Para interceder por eles na hora da prova.

A volta turbulenta para casa nos ensina sobre como entender e enfrentar dificuldades na vida:

1) QUANDO A OBEDIÊNCIA NOS EMPURRA PARA O OLHO DA TEMPESTADE
· A obediência levou os discípulos a uma situação de prova;
· O sofrimento é a maior escola da terra.

2) QUANDO DEUS PARECE DEMORAR
· Os discípulos passaram momentos terríveis no mar;
· O mar que eles conheciam estava incontrolável;
· Como entender a demora de Jesus neste momento?
· Jesus não os abandonara, estava orando por eles.

3) QUANDO DEUS PARECE SILENCIOSO
· Eles gritavam por socorro, mas só ouviam o barulho do mar;
· Quando Deus fica em silêncio, só ouvimos o barulho da dúvida;
· Mesmo em silêncio Jesus intercedia junto ao Pai por Eles.

4) QUANDO JESUS CHEGA ÀS TEMPESTADES DA NOSSA VIDA
· Jesus sempre vem ao nosso encontro nas tempestades da vida;
· Jesus vem ao nosso encontro sobre as águas:
· As ondas não são problemas, Jesus vem pisando sobre elas;
· Os problemas são o caminho que nos aproxima de Jesus;
· O sofrimento é a porta de entrada de Jesus.

5) A INTERVENÇÃO DE JESUS NAS TEMPESTADES DA VIDA
· Jesus vem para acalmar a nossa alma:
· A primeira palavra de Jesus foi aos discípulos, e não a tempestade;
· Jesus acalma as circunstâncias;
· Jesus vem para nos levar em segurança ao nosso destino.


6) CONCLUSÃO
· As tempestades da vida são instrumentos de aproximação entre o homem e Deus.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

FILIPENSES

At. 16. 9-12

Ø Paulo estava em viagem na direção da Ásia;
Ø Durante a noite, recebe em sonho uma revelação divina que o informava da necessidade de partir rumo à Europa;
Ø Assim, viaja em direção a Filipos, que se torna a primeira cidade européia a receber o evangelho através de Paulo.
Ø Em Filipos, Lídia se converte, a escrava é livre de um espírito mal, Paulo e Silas são presos e miraculosamente libertos e o carcereiro é salvo.
Estas questões mostram a importância dos Filipenses dentro do ministério de Paulo.
Por isso, a carta aos Filipenses é a carta mais pessoal do Apóstolo.
Uma carta escrita em tempos de prisão, para agradecer os Filipenses por sua generosidade e para alertá-los de perigos pelos quais estavam passando.
Tendo isso em mente, vamos estudar a Carta aos Filipenses:

Capítulo 1
1.1-11 – AÇÃO DE GRAÇAS PELOS FILIPENSES

Paulo, nesta primeira parte do capítulo 1, apresenta características que o alegravam quando se lembrava dos irmãos de Filipos.
É interessante notar que Paulo usa uma série de adjetivos para descrever as ações destes irmãos em favor da Obra de Deus. Assim, é importante analisarmos este trecho da carta à luz dos adjetivos paulinos aos Filipenses:

1.3-6 – Aqueles que andam juntos
Ø Cooperação (v. 5): operar junto; colaborar; ajudar.
Paulo tinha aqueles irmãos como auxiliares de todo o seu ministério.
Como aqueles irmãos ajudavam ao evangelho?
1) Apoiando o ministério de Paulo;
2) Deixando que a obra de Deus seja completa em suas vidas.


1.7-8 – Companheiros na fé graciosa
Ø Participar: fazer saber; associar-se pelo pensamento ou pelo sentimento.
Os Filipenses se engajaram naquilo para qual foram instruídos por Paulo: na graça de Deus.
Participar na graça significa se associar por razão e coração, mente e sentimento na expressão maior da graça de Deus: Cristo por nós.

1.9-11 – Quem ama ora
Ø Oração:
o Amor – (ágape) ação graciosa; dar sem espera retribuitiva.
o Conhecimento – prática da vida, experiência.
o Percepção – aprender pelos sentidos (estar apto a entender a vida como escola divina).
o Discernimento – conhecer pela mente.

Ø Efeitos:
o Puros e irrepreensíveis – genuínos, corretos.
o Fruto da justiça – Característica do reino de Deus
o Que vem de Jesus
o Para glória e louvor de Deus

Ø CONCLUSÃO
o O que fortalecia Paulo na prisão era a conduta cristã dos Filipenses.
o Este é um ponto a pensar: será que nossa conduta fortalece ou enfraquece nossos irmãos e líderes?

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

IDÉIAS ERRADAS SOBRE ADORAÇÃO

Texto Base: Jo. 4.19-24

Jesus, em uma de suas viagens de volta a Galiléia, passa pela região da Samaria, e à beira do caminho, senta-se a beira de um poço para descansar.
Neste tempo, Jesus encontra com uma mulher samaritana e, neste encontro, um diálogo entre os dois é travado, discorrendo ambos sobre vários temas, desde o simples pedido por água, passando por uma discussão sobre o reconhecimento de Jesus como profeta e a temática da adoração.
O conceito de adoração foi importante para o entendimento da mensagem do evangelho para aquela mulher. E hoje não é diferente.
Nos últimos dez anos, se falou demais de adoração em nosso país.
Influenciados por movimentos de igrejas nos Estados Unidos, Canadá e Austrália, fomos altamente abastecidos de “ondas” das mais diversas.
Infelizmente, estas ondas trouxeram um esvaziamento do verdadeiro conceito de adoração bíblico.
Primeiramente, adoração é um termo bastante profundo, exigindo longas explicações causadas por problemas em nossa língua. Vou explicar. Adorare vem do latim, significando falar com, ter comunhão com. Alguns poderiam se perguntar: Adoração é só isso ou se resume a apenas isto? É claro que não. Diferenças de língua nos fazem pensar mais profundamente sobre o significado do verbo adorar. Penso que o estudo do tema nos levaria a gastar todas as páginas existentes na internet. Não bastando o problema que temos em entender a adoração, é extremamente fácil criarmos conceitos errados sobre o assunto, o que nos leva a carregar idéias equívocas por longo tempo. Um clássico exemplo, por muitos anos imagina-se que a adoração se resume em cantar e louvar.
Da mesma forma, pensa-se que a adoração depende totalmente da música.
Faz-se necessário então, entendermos quais idéias erradas têm permeado nossa adoração e dificultado a verdadeira relação com Deus.

1) A adoração presa a locais (v. 20)
Como sabemos, não existe um lugar específico para a adoração. Não existe o lugar verdadeiro para se adorar a Deus. Muita gente comete o erro de ligar a adoração à igreja, templos, túmulos sagrados, grutas e até mesmo à cidade de Jerusalém. A conseqüência disto é que a pessoa só vai querer adorar a Deus na comunidade onde congrega ou em determinados locais. Alguns costumam chamar isto de superstição. Pessoas que agem desta maneira são supersticiosas. Jesus disse: "A hora vem quando nem neste monte, nem em Jerusalém, adorareis o Pai". Jesus quis dizer que no futuro as pessoas não teriam um lugar adorativo, como Samaria e Jerusalém.
A adoração é um estilo de caminhada, não uma ação estática e agendada.

2) Adoração não é presa à pessoas (v. 21)

Muitos cristãos agem como se apenas o pastor, o padre, o bispo, os líderes ou até mesmo os dirigentes de louvor de suas comunidades, tivessem capacidade para adorar.
Muitas vezes pensamos: "no culto desta noite vou deixar com que só o dirigente e a igreja adorem". Me parece que muitos crentes têm pensado desta maneira, querendo deixar a adoração com outras pessoas.
Devemos ter em mente que a adoração é para todos, e não para um seleto grupo de privilegiados. A adoração é para você! Não deixe de ter o teu momento de adoração a Deus por causa deste pensamento. Os discípulos se admiravam ao ver que Jesus conversava com uma mulher e ainda por cima, samaritana. Assim, cremos que religiões racistas e preconceituosas não podem ter o louvor verdadeiro. Li certa feita que Deus não possui etnias privilegiadas. Agora, sob a dispensação do Evangelho da graça, todos os povos, línguas, tribos e nações são admitidos ao culto verdadeiro!

3) Cerimonialismo (v. 23-24)

É necessário entendermos que a adoração não está presa a cerimônias. Deus é Espírito e deseja ser adorado em Espírito.
Alguns afirmam que a cerimônia visa à sensação, ela procura impressionar. Isto ocorre porque o homem adora brilho, festa, emoções, liturgia, etc. Como li nalguma publicação, o cerimonialismo se estabelece num culto rígido de gestos ensaiados.
O louvor verdadeiro não é produto fabricado por gestos sacerdotais, ou pastorais, nem nas palavras mecanizadas de orações repetitivas... Não pense que há verdadeira adoração em todos os shows gospel, eventos musicais cristãos ou gravações e lançamentos de Cds, só porque há brilho, canhões de luzes, fumaça "a la gelo seco", gestos que impressionam, ótima qualidade sonora, etc... Deus é Espírito e quer ser adorado em Espírito.
Uma idéia errada, creio que a mais recente, é de que a adoração é presa ao marketing. Como sabemos, boa divulgação resulta bons auditórios. Bons auditórios significa bons ministros. Assim a adoração vive sob domínio da divulgação e do marketing.
Aqui quero ressaltar que bons auditórios não significam que tudo está uma bênção e que há verdadeira adoração. Como sabemos Deus não procura igrejas lotadas, Ele procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade! Então adoração não está presa a marketing e divulgação.

4) Modelo certo: Espírito e em Verdade (v. 24)

4.1) Em Espírito
O termo Espírito na Bíblia é simbolizado por dois termos: RUACH (AT) e PNEUMA (NT). Nos dois casos, significam a mesma coisa: Vento.
Nas Escrituras, ser adorador é ser como vento; sem formalismo, em dependência de Deus, aquele que dá de “seu vento” ao homem (Gn. 2.7).
Adorar em Espírito é viver de acordo com o Espírito: aquele que nos convence do pecado, da justiça e do juízo.

4.2) Em Verdade
Em João, Jesus é a verdade.
Então, Adorar em verdade é viver como Jesus viveu. Andar como Jesus andou, fazer o que Jesus fazia.
Dessa forma, a adoração deixa de ser um ritual e passa a ser uma prática de vida.

Conclusão

Fujamos das idéias erradas.
Passemos a viver uma vida de adoração, que manifeste o caráter de Cristo e seja impulsionada pelo Espírito Santo.